Avançamos todos juntos para moldar o futuro da Cardiologia moderna

29/04/22
Avançamos todos juntos para moldar o futuro da Cardiologia moderna

Após três dias de discussão e partilha de conhecimentos e experiências deu-se por terminada mais uma edição do Congresso Português de Cardiologia (CPC2022). Os Profs. Doutores Lino Gonçalves, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), e Sérgio Baptista, presidente do evento, partilharam o seu testemunho sobre a reunião magna da especialidade, edição marcada pelo regresso presencial, pela abrangência e riqueza de temas e pela adesão massiva. Assista às entrevistas em vídeo.

Após dois anos de congressos virtuais, o CPC voltou em formato presencial para uma partilha de experiências e de conhecimentos como já não se sentia há vários meses. O Prof. Doutor Sérgio Baptista, presidente do CPC2022, destaca o elevado número de participações tanto presencialmente como online. Apesar de o congresso serem três dias, “foi muito intenso”, partilha. “A possibilidade de voltarmos a estar em conjunto no mesmo local, esse objetivo foi claramente conseguido.”

Em entrevista, o cardiologista destaca a sessão sobre alterações climáticas (“Impacto das mudanças climáticas nas doenças cardiovasculares – estado da arte”), por ser um tema pouco recorrente, na qual se juntaram profissionais nacionais e internacionais. “Foi uma sessão muito importante”, refere.

Por outro lado, também a saúde digital foi debatida nesta edição do congresso, tanto em comunicações orais como em sessões. De destacar a presença do presidente da World Heart Federation, Prof. Doutor Fausto Pinto, que moderou a sessão sobre a saúde digital nas doenças cardiovasculares. Por fim, o presidente destaca “o foco na investigação e estudos nacionais e nas teses de doutoramento publicadas”, com base nas sessões sobre o estudo PHORTOS ou o EURO-HEART.

Com transmissão em direto das sessões, o formato híbrido permitiu “a possibilidade de termos com mais facilidade convidados internacionais”, somando já 60 participações entre conferências e mesas-redondas internacionais, “o que é muitíssimo mais do que nos outros anos e e igualmente importante”. Através deste método, existe uma partilha de experiências e de conhecimentos muito diferentes.

O presidente confessa que o CPC2022 foi planeado para ser virtual, aquando do início da sua preparação em 2021, já que dependia da evolução da pandemia. Com o aproximar do congresso, a comissão organizadora percebeu que poderia ser presencial. No entanto, “decidimos manter o formato virtual, porque nos deparámos com um novo desafio que teve um grande impacto no nosso congresso: a guerra na Ucrânia”. Desde logo, vários congressistas europeus cancelaram as suas viagens, durante este período, tornando-se palestrantes virtuais.

Apesar de já não ser obrigatório o uso de máscara, o CPC2022 fez questão de manter todas as regras de higiene: obrigatoriedade do uso da máscara, no Centro de Congressos, o cuidado nas refeições e na organização das sessões para evitar o ajuntamento das pessoas. “Desse ponto de vista, a lição está aprendida e conseguimos vingar sem nenhum problema.”

A multidisciplinaridade foi também palavra de ordem nesta edição do congresso por terem estado presentes não só cardiologistas, mas também pneumologistas, internistas, internos e muitas outras especialidades. “Cada vez mais, temos a perceção de que não trabalhamos sozinhos e que somos melhores nos tratamentos quando o fazemos em conjunto com outras especialidades.” O Ciclo de Atualização contou com a presença de várias especialidades para uma partilha de experiência, o qual “é um modelo para manter para o futuro”.

O Prof. Doutor Sérgio Baptista, a terminar o seu mandato, mostra o seu orgulho por mais uma edição concluída com sucesso. “Posso dizer sem falsas modéstias que conseguimos cumprir os nossos objetivos.” Assim se viveu um congresso com uma qualidade científica e participação muito elevadas.

 

"Riqueza e diversidade” do programa científico colocam o CPC2022 no campo internacional “Foi um enorme sucesso e ultrapassou as nossas expectativas”. Palavras do Prof. Doutor Lino Gonçalves, presidente da SPC, sobre a edição 2022 do CPC, cuja organização foi desafiante pela passagem de uma edição totalmente virtual para o formato híbrido. Em entrevista, o cardiologista fez o balanço da reunião marcada pela “adesão enorme”. “Os congressistas estavam com saudades do regime presencial e, de facto, isso acabou por se confirmar: verificámos uma adesão enorme com 1800 inscritos presenciais e 1200 estiveram a acompanhar o congresso via digital”, começou por afirmar o presidente, explicando que estes números deixam felizes todos os envolvidos e com a expectativa de se conseguir fazer melhor no próximo ano. O programa científico foi outro dos pontos elogiados pelo Prof. Doutor Lino Gonçalves: “Foi também um enorme sucesso. A comissão organizadora fez um trabalho absolutamente fantástico, que foi reconhecido pelos colegas portugueses, mas também pelos estrangeiros da European Society of Cardiology (ESC), da American College of Cardiology (ACC), pela sua riqueza e diversidade”. Além destas características, os congressistas felicitaram a qualidade e a dimensão da reunião, uma vez que se abordaram os principais temas da Cardiologia moderna, comparando-a aos congressos das sociedades médicas internacionais, já que contou com 657 palestrantes portugueses e 57 convidados internacionais, bem como 47 instituições nacionais. Após dois anos com edições profundamente marcadas pelas limitações impostas pela pandemia, o Prof. Doutor Lino Gonçalves reforça a importância do formato presencial: “É absolutamente fundamental, somos humanos e gostamos de estar em frentes uns aos outros para o networking”. Virtual ou presencial, o congresso é “uma montra daquilo que melhor se faz no nosso país, que é a qualidade dos nossos cardiologistas para os colegas estrangeiros e para as sociedades internacionais que também marcam presença e que encontram nesta reunião essa qualidade”, atesta o médico, explicando também que o evento major da especialidade é palco de apresentação do trabalho dos médicos mais jovens que têm um “potencial absolutamente fantástico com um futuro promissor à sua frente”.

Depois de seguir em frente, agora é tempo de moldar o futuro. O CPC2023 já tem data marcada entre 14 e 16 de abril, no Centro de Congressos do Algarve, sob a presidência da Prof.ª Doutora Ana Teresa Timóteo.
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