“Um grande desafio” mas bem-sucedido: o balanço do 19.º Congresso Nacional de Oncologia

28/11/22
“Um grande desafio” mas bem-sucedido: o balanço do 19.º Congresso Nacional de Oncologia

Após três dias de congresso, o Prof. Doutor Miguel Abreu, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), partilhou a sua satisfação por mais uma edição bem-sucedida do 19.º Congresso Nacional de Oncologia. “Para quem organiza um evento, o maior reconhecimento é o dos seus pares”, partilha o presidente durante a entrevista de balanço. Veja o seu depoimento.

Com feedback “extraordinário dos colegas”, o presidente e a sua equipa demonstram uma grande “satisfação pessoal”, por terem desenvolvido um encontro com uma “elevada qualidade do programa” e “riqueza de conteúdos para todos os hospitais, em benefício dos seus doentes”.

O presidente partilha uma preocupação constante todos os anos: “A SPO organiza o seu congresso sempre no final do ano, após as maiores reuniões nacionais e internacionais já terem ocorrido e partilhado novidades”, considerando “um grande desafio”. No entanto, isso não foi impedimento para que se espelhassem salas repletas de oncologistas, pneumologistas, radioncologistas e outras especialidades, o encontro contou com 950 inscrições, 220 trabalhos submetidos.

Todas as sessões foram essenciais para focar cada patologia oncológica, mas o Prof. Doutor Miguel Abreu destaca os dilemas éticos em Oncologia, “com que nos confrontamos diariamente, mas que raramente são avaliadas nos congressos internacionais e nacionais”.

“A aposta ganha baseou-se numa reunião multidisciplinar com temas variados”, para partilhar as suas frustrações, conquistas, dúvidas, sempre em prol do benefício do doente. “É essa a nossa função e as pessoas reconheceram esse esforço, empenho e interesse.”

O 19.º Congresso Nacional de Oncologia ficou ainda marcado por “abrir a sociedade ao que internacionalmente já era feito há muito tempo, mas que Portugal nunca tinha feito”. O Prof. Doutor Miguel Abreu refere, então, a tertúlia Patient’s Advocate, Fazer a Diferença como o ponto diferenciador. A SPO foi pioneira em juntar associações de doentes, profissionais de saúde e doentes num mesmo congresso da especialidade. Por um lado, “surpreendeu muitas vezes o público, a audiência e os moderadores”, mas foi de facto uma aposta ganha, permitindo que a literacia em saúde seja melhorada. Cada vez mais, assistimos “a uma nova geração de doentes” que querem participar.

“A SPO é uma sociedade científica que tem de estar aberta também à sociedade civil”, em prol de que todos os doentes sejam bem tratados de forma igualitária por todo o país. “Todos os doentes oncológicos portugueses devem ser tratados igualmente com critérios de qualidade”, destacando que esse deve ser a maior preocupação dos oncologistas. A tertúlia Patient’s Advocate “foi um êxito, bem acolhida por todos os colegas e associações”, considerado “mais um passo para esta nova direção”.

40 anos se passaram e a Sociedade Portuguesa de Oncologia vai celebrar o seu aniversário durante o próximo ano, com início nesta edição do congresso da especialidade. “Este é o primeiro passo e a primeira iniciativa de comemoração dos 40 anos.” Além disso, o presidente partilha ainda outra novidade: “Pela primeira vez, em Portugal, vamos ter um pós-ASCO; é inédito e inovador, nunca antes conseguido.” A Sociedade Portuguesa de Oncologia foi licenciada para este efeito e decorrerá nos dias 6 e 7 de julho de 2023.

Por fim, o presidente agradece à sua equipa por estarem “em total sintonia”, com foco em alterar estruturas que até então se mantinham inalteráveis. Além da sua equipa, deixa “um carinho muito especial à Filipa Simões”, a sua secretária da SPO, “um grande apoio com dedicação extrema à causa”.

No próximo ano, os dias 15, 16 e 17 estão reservados para o 20.º Congresso Nacional de Oncologia, em Lisboa. “Continuamos unidos a nível nacional e, portanto, um bem-haja a todos que contribuíram para o sucesso deste congresso.” Até para o ano.

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