News Farma (NF) I Durante as JAC2025, serão atribuídos quatro prémios para galardoar diferentes trabalhos. Que novidades existem nesta edição?
Francisco Sampaio (FS) I Sim, este ano existem realmente novidades quanto aos prémios JAC. Além dos previamente existentes, destinados a galardoar o melhor caso clínico e o melhor trabalho de investigação realizado, na área cardiovascular, em Cuidados de Saúde Primários, resolvemos criar dois novos prémios. O prémio "JAC-integração de cuidados" tem por objetivo promover a melhoria da abordagem da doença cardiovascular numa perspectiva de continuidade de cuidados entre a área hospitalar e a comunidade/Cuidados de Saúde Primários. Este é um tema absolutamente fulcral na política de saúde, como se torna evidente, por exemplo, pela situação que se vive atualmente nos serviços de urgência, e que temos, imperativamente, de melhorar. Já o prémio "JAC-Amarin na redução do risco cardiovascular” pretende, como o nome indica, melhorar a prevenção primária e secundária nomeadamente retratando a realidade portuguesa e o potencial papel dos triglicerídeos como alvo para a redução do risco cardiovascular. Este prémio tem a particularidade de poder acumular com os restantes prémios JAC.
NF I Qual é a importância deste tipo de incentivos?
FS I Pensamos que estas iniciativas são importantes, porque estimulam a vertente da investigação e complementam a partilha de conhecimento durante os três dias das Jornadas. Estamos convictos de que esta combinação se traduz na melhoria dos cuidados que prestámos aos nossos doentes. Para além do incentivo financeiro, claro, que também não será desagradável.
NF I Existe um grande número de stakeholders envolvidos neste evento. De que forma aliar estes programas a vários parceiros impacta positivamente cada edição?
FS I As Jornadas são uma grande organização e, desde há décadas, um dos maiores eventos científicos nacionais na área cardiovascular. E as doenças cardiovasculares, no seu conjunto, continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. É, portanto, natural de que haja múltiplos intervenientes com interesse no evento, desde logo diferentes especialidades médicas já que, sendo a nossa audiência maioritariamente constituída por médicos de família, as jornadas serão certamente úteis a todos os médicos que lidam com a doença cardiovascular. A prova disso é que, este ano, voltaremos a ultrapassar a barreira dos mil inscritos. Esta multidisciplinariedade é uma mais-valia, porque cada um acrescenta um pouco com a sua realidade e experiência. E depois temos os nossos parceiros privados e da indústria, de múltiplas áreas — não só cardiovascular, mas de outras que se relacionam com esta de forma mais ou menos próxima — e que aproveitam esta larga audiência para transmitirem as suas mensagens. Queremos sempre que esta seja uma relação de ganho bidireccional e cremos que, mantendo a correção e retidão da relação, o continuamos a conseguir.
NF I As inscrições também estão disponíveis online para quem não possa deslocar-se ao evento, mas queira assistir mesmo assim. Que convite faz a todos os profissionais de saúde nesta reta final pré-evento?
FS I Não queremos que ninguém fique de fora das Jornadas! Sabemos que nestes dias, a pressão assistencial é enorme e nem todos se podem deslocar ao Porto para as Jornadas. E outros não conseguiram o apoio que desejavam a esta deslocação. Por isso, investimos na vertente online que permitirá, àqueles que não podem vir, não perder nada das JAC. Mas também gostaríamos de pedir a todos os que queiram ainda assistir às JAC, presencial ou remotamente, e que não tenham conseguido inscrição, que nos contactem. Tentaremos, junto dos nossos patrocinadores, obter uma inscrição para estes colegas.
NF I No sentido de fazer uma antevisão do evento, o que gostaria de destacar?
FS I Estou certo de que vai ser mais um sucesso, porque os ingredientes que fizeram destas Jornadas um clássico se mantêm: a informalidade e proximidade, sem “vedetismos", com apresentações feitas por pessoas de reconhecido mérito e que, apesar de muitas vezes ligadas ao meio académico, lidam realmente no dia-a-dia com doentes e com as dificuldades práticas dos temas de que falam. Daí o sucesso das dúvidas de corredor, que são sempre um dos pontos altos das JAC. Mas teremos também outros temas que não fazem habitualmente parte das reuniões de Cardiologia mas que são muito relevantes para a doença cardiovascular como a cessação tabágica, a disfunção erétil, a inércia terapêutica ou a doença renal. Não me parece que, no final, vão dar o tempo por perdido.